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© FEGLININ ISSN 2594-2298
| Año 7, No 28, enero – marzo 2024 |
em 2021, em torno de 50 toneladas de pneus tiveram a destinação adequada, por meio das
borracharias de Palmas, que são obrigadas a receberem pneus que iriam para o lixo.
Finalmente, o material que não puder ser aproveitado no centro de triagem é encaminhado
para o Aterro Sanitário Municipal que, teoricamente, deveria receber apenas lixo orgânico.
Como já citado anteriormente, o vidro e o isopor não são materiais lucrativos para a Unidade
de Triagem, então, caso os coletores não fizessem a separação deste material, visando apenas
a rentabilidade, todo o lixo composto por vidro e isopor iriam para o Aterro, prejudicando o
ambiente e ocupando espaço destinado para outros fins. Como um retorno para o município,
a ASCAP faz a separação e o armazenamento de toneladas destes materiais, mesmo sem
mercado de venda.
CONCLUSÕES
A importância da ASCAP na cidade de Palmas-PR é evidente. A associação cumpre um papel
ecológico e sustentável que é notável, destinando certos resíduos a um fim adequado. A
Prefeitura de Palmas também tem desempenhado um papel fundamental ao disponibilizar um
espaço para a ASCAP e contratar uma empresa terceirizada para fazer a coleta do lixo na
cidade. Porém, o próprio engenheiro ambiental da prefeitura, Thiago Demczuk, concorda que
ainda haja problemas de comunicação para que, de fato, os cidadãos façam sua parte,
conscientizando-se da forma correta de separação do lixo, os dias adequados para a coleta e
as especificidades sobre o descarte de materiais tóxicos.
Após acompanhar o processo da ASCAP, foi possível perceber que a ecologia não vem sendo
o principal foco da associação. Ao ser questionado sobre a importância da sustentabilidade
no exercício de seu trabalho, o presidente da ASCAP afirmou que, no momento, desempenha
seu ofício com um objetivo puramente lucrativo. Contudo, foi observado que o lado
socioeconômico realizado pela ASCAP e pela Prefeitura de Palmas é de suma importância.
Ao anteceder a criação da cooperativa, os associados trabalhavam nas ruas, coletando e
separando o lixo manualmente para a venda, sujeitos a todos os perigos do trabalho ao relento
e sem garantias básicas que um trabalhador deve ter, como o registro da carteira de trabalho.
Atualmente, eles podem desfrutar de uma melhor qualidade de vida sendo membros da
ASCAP, tendo um melhor salário e condições mais dignas de trabalho.
A associação tem como renda exclusiva a venda dos materiais, logo, todos os seus ganhos
são totalmente fruto do trabalho dos associados. Toda renda gerada durante o mês é dividida
entre todos os cooperados, não havendo diferença de salários. Os valores são variáveis,
oscilando entre R$1.000,00 e R$2.000,00 por pessoa.
Inúmeras melhorias ainda podem ser feitas no processo de reciclagem da ASCAP, uma delas
é a aquisição de uma prensa ainda maior que permitiria uma venda mais lucrativa dos
materiais. Atualmente, os fardos não são vendidos diretamente para as empresas que vão
transformar esses materiais, mas por meio de um intermediário que transforma os fardos de
350 quilogramas vendidos pela associação em fardos maiores, de 1.000 quilogramas, para
então serem vendidos para empresas fora da cidade.
Ainda existem dificuldades adicionais na coleta dos resíduos, sobretudo pela baixa
conscientização da população não apenas local, mas brasileira, que ainda tem sérios
problemas de acesso a uma educação qualificada, fato que tem se agravado nos últimos anos
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